segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Frei Luis de Sousa

Verdade histórica 


Manuel Sousa Coutinho, nasceu em Santarém por volta de 1555, era um fidalgo, cavaleiro da Ordem Militar de Malta e prestou serviços a Filipe II de Espanha. Depois de ter estado em Espanha durante cerca de dois anos, regressou a Portugal, tendo casado por volta de 1586, com D. Madalena de Vilhena que tinha três filhas do primeiro casamento com D. João de Portugal, desaparecido na batalha de Alcácer Quibir.

Em 1613 depois de lhes ter falecido a filha, resolveram entrar para o convento. Como explicação para esta atitude existem várias explicações e teorias. Uma delas é que um peregrino regressado da Terra Santa tinha trazido a noticia de que D. João de Portugal estaria vivo, o que  tornaria impossível a vida em comum dos cônjuges. Depois de entrar no convento muda o nome para "Luís de Sousa" passando a ser conhecido por "Frei Luís de Sousa"





D. Sebastião

D. Sebastião nasceu a 20 de Janeiro de 1554 em Lisboa e com apenas 14 anos já governava Portugal. Foi o décimo sexto rei de Portugal e o sétimo na Dinastia de Avis era neto do rei D.João III de quem herdou o trono, quando tinha apenas 3 anos.  
Dom Sebastião O Desejado
Dom Sebastião O Desejado
Quando Dom João III morreu, em 1557, já todos os seus nove filhos já haviam falecido como herdeiro direto restava apenas um neto, Dom Sebastião, que tinha nessa altura apenas três anos de idade. Foi nomeado um regente até que o jovem rei tivesse idade para governar. Quando fez quatorze anos, Dom Sebastião tomou conta do governo. Sendo, além de jovem, muito religioso e influenciável, o seu modelo eram os antigos heróis e o seu sonho as grandes batalhas de combate aos infiéis. Daí que o seu principal projeto fosse conquistar Marrocos aos muçulmanos. Não era, aliás, o único a defender esta idéia. Desde que a Índia começara a dar mais prejuízos que lucros, muita gente estava de acordo em que era preferível conquistar o Norte de África – zona rica em cereais e comércio – do que continuar a manter com grandes sacrifícios o Império do Oriente.
Com o que quase ninguém esteve de acordo – sobretudo as pessoas mais prudentes – foi com a maneira como D. Sebastião preparou e dirigiu a sua expedição ao Norte de África. Em 1578, tinha então vinte e quatro anos, partiu para Marrocos com um exército de dezesete mil homens, dos quais cerca de um terço eram mercenários estrangeiros.
Embora os militares mais experimentados na guerra o aconselhassem a não se afastar da costa de onde lhe poderia vir auxílio dos navios portugueses, o rei preferiu avançar para o interior com as suas tropas. Encontrou o exército muçulmano em Alcácer Quibir e aí se travou a célebre e infeliz batalha em que foram mortos ou feitos prisioneiros praticamente todos os portugueses que nela participaram.
O rei também morreu na batalha, mas nenhum dos portugueses que regressaram disse que viu o seu corpo. A chegada da notícia desse desastre a Lisboa provocou cenas de perturbação e dor indescritíveis. Das famílias nobres, poucas eram as que não tinham perdido um ou mais dos seus filhos e parentes. Outros tinham ficado cativos em Marrocos e iria ser preciso pagar grandes importâncias para os libertar. Mas, sobretudo, os portugueses choraram o seu rei que tinha morrido solteiro e sem deixar descendentes. Dois anos depois, Portugal perdeu a sua independência política, visto que Filipe II rei de Espanha e neto do rei Dom Manuel I, subiu ao trono de Portugal. Durante os anos que se seguiram, o povo acreditava que Dom Sebastião não tinha morrido na batalha e iria regressar a Portugal, numa noite de nevoeiro. Então, reclamaria para si o trono e o reino ganharia de novo a sua independência. Esta crença popular ficou conhecida na história com o nome de “Sebastianismo”.

Romantismo

 

Vida e obra de Almeida Garrett

João Batista da Silva Leitão de Almeida, mais conhecido por Almeida Garrett nasceu no Porto em 1799 e faleceu em Lisboa em 1854. O apelido irlandês Garrett era o nome da sua avó paterna, que veio para Portugal no séquito de uma princesa. 
Em 1809, ainda durante a sua infância, partiu com a família para os Açores (mais concretamente para a Ilha Terceira) devido à invasão francesa, onde estudou com o seu tio Frei Alexandre da Sagrada Família, o qual o iniciou na poesia. Rumou novamente ao continente com 17 anos para fazer o curso de Direito em Coimbra, acabando-o em 1821. Durante essa época foi influenciado pelas ideias liberalistas da mesma.


Os principais autores iluministas que contribuíram para a escrita da sua obra foram Voltaire, Maffei e Alfieri.
Finalmente, em 1821, é editada a sua primeira obra – Retrato de Vénus. A obra foi considerada controversa e foi até mesmo censurada, o que levou a ser intimado pelo tribunal, sendo absolvido mais tarde.
Em 1823, devido a ser defensor de ideias liberalistas, teve de procurar o exílio em Edgbaston. Foi durante esse período de exílio na Inglaterra que contactou com o Romantismo, sendo reconhecido mais tarde como um dos maiores românticos portugueses. As primeiras obras românticas de Almeida Garrett foram Camões Dona Branca. Na época mais brilhante da sua carreira, a obra literária que mais se destacou foi Frei Luís de Sousa.
Almeida Garrett é considerado por muitos autores como um “autor completo”, pois escreveu obras-primas nos três grandes géneros literários: na poesia, no teatro e na prosa, renovando a escrita da época em todos eles. Acabou por morrer a 9 de Dezembro de 1854 em Lisboa.








A cronologia da vida de Almeida Garrett :
1799 – Almeida Garrett nasce no Porto.
1809 – Parte para a ilha Terceira por causa das invasões francesas. Aí recebe de um tio, bispo de Angra do Heroísmo, uma educação religiosa e clássica.
1816 – Matricula-se no curso de Direito em Coimbra. Adere às ideias liberais e começa a escrever algumas peças de teatro.
1820 – Escreve a tragédia Catão, representada em Lisboa no ano seguinte.
1821 – Já formado, casa com Luísa Midosi e publica o Retrato de Vénus, que lhe valeu um processo judicial e um julgamento de que foi absolvido.
1823 – Com a Vila-Francada, exila-se em Inglaterra, onde contacta com a literatura romântica (Byron e Walter Scott).
1824 – Parte para o Havre, em França, como correspondente.
1825 – Publica em Paris Camões.
1826 – Publica ainda em Paris D. Branca.Regressa a Portugal após a outorga da Carta Constitucional, dedicando-se ao jornalismo político.
1828 – Exila-se de novo em Inglaterra devido à aclamação de D. Miguel.
1830 – Inicia a compilação do Romanceiro.
1832 – Integra-se no exército liberal de D. Pedro IV, desembarca no Mindelo e participa no cerco do Porto, escrevendo aí a primeira pare do Arco de Santana.
1834 – Após a guerra civil, Almeida Garrett é nomeado cônsul geral em Bruxelas. Estuda a língua e a literatura alemãs (Herder, Schiller e Goethe).
1836 – Regressa a Portugal e separa-se de Luísa Midosi, que em Bruxelas o teria traído. Passos Manuel encarrega-o de reorganizar o teatro nacional, nomeando-o inspector dos teatros.
1837 – Perde o cargo de inspector dos teatros por demissão de Passos Manuel. Apaixona-se por Adelaide Deville, que morrerá em 1841 e de quem terá uma filha, Maria Adelaide.
1838 – Publica Um Auto de Gil Vicente.
1841 – Publica O Alfageme de Santarém.
1842 – Costa Cabral instaura um governo de ditadura, contra o qual Garrett luta na oposição parlamentar.
1843 – Escreve o drama Frei Luís de Sousa que será publicado no ano seguinte. Começa também a escrever o romance Viagens na Minha Terra, que publica em folhetins na Revista Universal Lisbonense.
1845 – Publica o romance Arco de Santana e a colectânea de poemas Flores sem Fruto. Inicia-se a paixão por Rosa Montufar, a Viscondessa da Luz.
1846 – É publicado em dois volumes o romance Viagens na Minha Terra.
1850 – É representado no Teatro Nacional o drama Frei Luís de Sousa.
1851 – É nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros e recebe o título de Visconde e Par do reino. Conclui a compilação do Romanceiro.
1853 – Publica Folhas Caídas, colectânea poética que causou escândalo na época.
1854 – Almeida Garrett morre a 9 de Dezembro em Lisboa.

Batalha de Alcácer Quibir

A Batalha de Alcácer-Quibir ocorreu a 4 de Agosto de 1578, entre os portugueses liderados por D. Sebastião e os mouros. Dela resultou a derrota dos portugueses e o desaparecimento da nata da nobreza portuguesa e do próprio rei D. Sebastião. A armada partiu de Lisboa em 25 de Junho de 1578. Quando as forças portuguesas estabeleceram contato com o exército mouro, em 4 de agosto, encontravam-se em marcha há sete dias e depararam-se com forças muçulmanas com cerca de 60.000 combatentes, ultrapassando os efetivos portugueses em uma razão de quatro para um.No início do combate os arcabuzeiros muçulmanos dispararam contra os portugueses e, em seguida, uma carga de cavalaria ligeira moura forçou as primeiras linhas portuguesas a recuar de forma desordenada. A resposta portuguesa foi rápida, mas ineficaz. No que parece ter sido uma tentativa para desarticular o ímpeto do ataque muçulmano, uma força portuguesa, aparentemente de cavalaria, penetrou as linhas muçulmanas, mas foi subjugada pelos mouros em maior número. Metade do efetivo das tropas portuguesas morreu na batalha e a outra metade foi feita prisioneira. Muito poucos voltaram.





Imagem ilustrativa da Batalha